O São Paulo massacrado
Certos domingos não deveriam acontecer. Tem quem vai dizer que não apenas domingos, que vários outros dias não deveriam acontecer. Mas eu insisto, certos domingos não deveriam acontecer.
É o caso de 3 de abril de 2022. O domingo amanheceu com a notícia da morte da grande dama da literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles. Acordou, respirou e partiu, em paz, como as pessoas de quem Deus gosta.
Ainda que esperada, a morte das pessoas queridas bate forte e a morte de Lygia Fagundes Telles me pegou, na lembrança de tanta lembrança bonita da mulher maravilhosa que, quando fingia estar brava comigo, me chamava de “cacique de óculos”.
Mas se a morte de Lygia era alguma coisa de certa forma lógica e esperada, o vexame do São Paulo Futebol Clube, no segundo jogo da final do Paulistão, foi inesperada. Contra toda a lógica e vergonhosa.
O São Paulo desabou. Sem aviso e sem porquê o time do ano passado renasceu em campo e o que se viu foi uma sequência de erros inacreditável, no pouco futebol que jogou.
Se é que se pode dizer que o São Paulo jogou futebol… O time foi completamente envolvido pelo Palmeiras, que entrou em campo com garra de campeão e que ganhou porque merecia ganhar. Pelo que jogou e pelo que o São Paulo não jogou.
Parecia que o time, que no primeiro jogo envolveu o Palmeiras, tirou férias. Ou então o primeiro jogo foi a visita da saúde para dar esperança e depois deixar a casa cair.
Nos primeiros vinte minutos o São Paulo até segurou o Palmeiras, depois o time derreteu, ninguém se salvou. Não tem um único jogador para dizer “ele foi diferente”. Não foi, o time afundou inteiro. Certos domingos não deveriam acontecer…
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.