A violência chega mais perto

Pode parecer incrível, mas os assaltos estão pipocando a menos de quatrocentos metros de uma base da Polícia Militar, o que, lamentavelmente, mostra que os bandidos perderam o respeito pela polícia, ou melhor, que sabem que não vai acontecer nada, que, se forem presos, em pouco tempo estarão de volta às ruas, prontos para assaltar de novo.

Durante alguns anos, os assaltos na City Butantã foram coisa rara. A gente ouvia um aqui, outro ali, a maioria perto da Rua Alvarenga, no começo do dia, quando as pessoas ainda sonadas saem de casa para irem trabalhar.

Os assaltos às casas tinham minguado, não aconteciam mais, pelo menos não da forma como estão voltando.

Agora mesmo assaltaram a casa da filha de uma grande amiga de minha mulher. Assalto planejado e bem executado, como foi o da minha casa dezesseis anos atrás.

A diferença é que, no caso dela, os ladrões entraram pela frente, no meio da manhã, subindo por trás da guarita do segurança particular e pulando o muro, no único dia que a rua não tem guarda durante o dia. E saíram pelo portão uma hora e meia depois.

Entraram quando o filho de oito anos da filha da nossa amiga estava em casa sem a mãe e sem seu irmão. Pularam o muro, amarraram a criança e a funcionária e levaram o que quiseram, saindo pelo portão.

Depois do assalto, a dona da casa descobriu que naquela semana outras três casas da sua rua também tinham sido assaltadas. E mais, que os ladrões falaram com todas as letras tinham descoberto o bairro e que daí pra frente o lugar era deles, que estava tudo dominado, iriam fazer a festa.

A pergunta que fica é se a polícia, que sabe disso tudo melhor do que nós, que tem serviço de inteligência que funciona, não pode aumentar suas ações para mostrar que quem manda é ela…

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