Polarização
Não é a primeira vez que o Brasil vê o cenário político metido numa crise mais ou menos séria, capaz de causar estragos na economia e na vida de milhões de brasileiros que lutam e merecem ser felizes.
É impressionante, mas o brasileiro é invariavelmente traído pelo ídolo da última eleição, pelo salvador da pátria que iria colocar ordem no pedaço, dar um jeito nas nossas mazelas, limpar a área e acabar com o errado que come viva a nação.
É o tempo do cidadão se sentar na cadeira do comandante e a coisa começa a mudar. Aquilo que era aquilo deixa de ser tudo aquilo, porque tudo é relativo e antes era muito cedo, não dava para entender bem o que girava em volta, nem o tamanho do butim.
A festa é grande e com poucos convidados fica melhor ainda. Para que perder tempo com o povo? O povo, ora o povo…
Povo serve para votar nos nossos amigos e pagar impostos. Também serve para bancar a festa e ficar com cara de bobo vendo os desmandos tomarem conta de quem prometia ser apenas comedimento.
Não há nada mais parecido com um do que o outro. Fingem que estão em lados opostos, que não se toleram, mas na essência são iguais. Até os amigos são os mesmos.
O resultado é a pouca saúde e a multidão de saúvas que devora o país, numa festa sem fim, onde voar de jatinho é só o peão de entrada.
O fascinante é que tem gente que grita, que briga, que não toma vacina de um lado e do outro. A coisa é a ferro e fogo. O meu é melhor que o seu porque o meu renega tudo que o seu gosta. Será?
Olhe bem em volta. Até os aliados são os mesmos. Só mudam de posição.
Como? Você ainda não percebeu? Ganhe um ou ganhe o outro, o único vencedor será o centrão. Deus tenha piedade de nós!
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