A competência da incompetência

Não sei, não, mas começo a desconfiar que algum manda chuva da CET mudou de cargo e está à frente do movimento “espalha brasa” iniciado na Cracolândia e que se espalhou pela cidade.

Não é possível ser diferente. Não é crível que a administração municipal tenha outro setor tão incompetente quanto a CET. O que São Paulo vai vivendo é surreal. As declarações das autoridades, em vez de acalmar a população, levam pânico aos comerciantes. Mas, pior do que as declarações, é o que está acontecendo nas ruas.

O exemplo da Rua Santa Efigênia é mais do que eloquente. Uma das ruas mais tradicionais da Capital, famosa pelo seu comércio eletroeletrônico, foi destruída. As lojas não abrem e, quando abrem, correm o risco de serem vítimas de arrastões. Os clientes sumiram, o faturamento minguou, mas tem gente que diz que é assim mesmo, que vamos passar um tempo difícil – como se nos últimos anos tivéssemos tido tempos fáceis – até a vaca sair do brejo e voltar a dar leite.

Mas a Santa Efigênia é só um exemplo entre centenas de outros que mostram como ações mal pensadas acabam em resultados desastrosos. Quantas ruas da cidade hoje vivem com medo? Quantos paulistanos não saem de casa porque sabem que pode acabar mal?

Não adianta dispersar a turba e não fazer nada na continuação. Ninguém mora na rua pelo imenso prazer de passar frio nas noites de inverno. O quadro é mais embaixo e vai muito além de simplesmente internar ou não internar compulsoriamente pessoas que têm o direito de escolher se querem ou não ser internadas. Mas essa parte poucos veem.

Já fizeram isso no passado e deu errado. Parece que nossas autoridades acreditam que insistir no erro vai mudar o resultado. É olhar o caos no trânsito para saber que não vai. Mas eles não acreditam.

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