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Crônica para “O Pergaminho”

Faz muito tempo que o homem escreve a sua história. No começo ele usava as paredes das cavernas, depois, quando começou a construir casas e templos, passou a usar as paredes dos templos, para em seguida se servir de tábuas de barro e finalmente chegar ao papiro, que foi o primeiro material parecido com o nosso papel atual, usado pelos antigos egípcios para escrever os seus textos.

Depois do papiro, o homem passou a usar uma pele de carneiro preparada de um jeito especial, que a fazia muito macia e fácil de ser apagada, para poder ser usada de novo. Esta pele é o pergaminho, que por quase dois mil anos serviu de base para a escrita humana, guardando para as gerações futuras os grandes feitos dos povos do passado, suas ideias, suas leis, suas lendas, suas religiões e sua arte.

Graças aos pergaminhos e a sua longa durabilidade, chegaram até nós os textos maravilhosos dos gregos, o seu teatro, a sua filosofia, a história do mundo antigo, os seus tratados de matemática, a sua poesia e a sua política, com a democracia nascida em Atenas servindo de suporte para as sociedades modernas buscarem uma realidade mais justa e mais feliz, capaz de dar uma vida melhor para os seus cidadãos.

Graças aos pergaminhos nós conhecemos a Bíblia, desde as passagens mais antigas, até os textos dos quatro evangelhos, contando a vida de Cristo, e os seus milagres, e tudo de bom e bonito que ele fez enquanto andou pela Terra.

Também graças aos pergaminhos nós sabemos como era a vida no tempo do império romano e na idade média. E sem eles os portugueses não teriam aberto um mundo novo para a Europa do século 15, nem Colombo teria descoberto a América. Era nos pergaminhos que os mapas eram desenhados e era neles que as anotações das rotas dos navios eram feitas, permitindo que os navegadores soubessem onde estavam e para onde deveriam ir.

O fim dos pergaminhos aconteceu por causa da invenção da imprensa. Os pergaminhos eram escritos à mão, como os alunos fazem em seus cadernos.

Quando Gutenberg inventou a imprensa, os textos passaram a ser escritos por máquinas, que usam o papel no lugar dos velhos pergaminhos. Foi graças à imprensa que o saber se universalizou, quer dizer, foi graças a esta máquina que o homem passou a fazer livros em grandes quantidades, permitindo que mais e mais pessoas pudessem ler a sua história, a sua poesia, a sua política, a sua religião, etc.

A invenção da imprensa fez com que surgissem os jornais e as revistas. É por eles que nós ficamos sabendo as novidades do mundo. Um jornal deve ser o porta voz da sociedade para a qual ele é escrito, assim, um jornal deve ser sempre honesto, descrevendo e analisando os fatos como eles acontecem e não como os seus donos gostariam que tivesse acontecido. É por isso que eu acredito no jornal “O Pergaminho”. Um jornal com este nome, um jornal que traz no nome a tradição maravilhosa de dois mil anos da aventura do homem sobre a Terra, tem que ser um bom jornal, um jornal que respeita a verdade e que respeita o homem.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.