De Franca para França

[Crônica do dia 6 de julho de 2004]

Meu amigo Antonio Palma decidiu escrever um livro. Chama-se Ventos que Sopram de Franca para França. Livro curiosíssimo, só pela estrutura da narrativa já merece a leitura. Meio romance, meio autobiografia, meio ensaio sobre as diferentes realidades nacionais, o livro do Palma é muito interessante, principalmente porque é escrito num português gostoso de ler, que desce fácil, até bater no fundo da gente e aí dar o que pensar, pelos problemas e realidades que se abrem depois de descidos e digeridos.

Homem preocupado com a realidade nacional e com os graves problemas que escurecem o horizonte brasileiro, por conta, em grande parte, das mazelas que há 400 anos fazem nossa vida pública uma vergonha constante, Antonio Palma não se limitou como tantos brasileiros bem intencionados, a ficar nas boas intenções.

Insatisfeito e achando que com seu trabalho poderia ajudar na mudança, saiu a campo disposto a entrar de cabeça na luta que move, atualmente, milhares de cidadãos construindo um país melhor e uma nação mais justa.

O livro de Antonio Palma é um pouco isso, ou melhor, muito isso, mas como se ele tivesse um certo pudor de mostrar de forma escancarada esse seu lado.

Assim, através do resgate da história da família, vai construindo toda uma teia de uma sutileza única, e que nos prende do começo ao fim, para mostrar que nossa terra tem jeito e que não é difícil fazer.

Que na base de tudo estão duas palavras essenciais para qualquer país que quer andar pra frente: honestidade e trabalho. E é por ser honesto que o livro do Palma cresce mais ainda.

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