O importante é o giro

[Crônica do dia 7 de maio de 1998]

Uma das vantagens do meu pedaço na praia de Pitangueiras é sem dúvida nenhuma a proximidade do Djalma, onde é possível se comer ostras maravilhosas e um camarãozinho sete barbas fantástico. Além dito, o Djalma serve uma vodca com abacaxi de fazer anjo cantar.

Mas o Djalma tem um inconveniente: ele fica perto da praia, o que é diferente de ficar na praia, diretamente em cima da areia, rodeando os guarda-sóis com uma bandeja na mão e perguntando a cada cinco minutos se alguém quer alguma coisa.

Por conta disto, minha mulher e minhas filhas, nas férias passadas, estabeleceram relações comerciais intensas com a barraca do mineirão, que fica atrás do lugar onde colocam o nosso guarda sol e que mandava um menino pedir, a cada cinco minutos, se alguém queria alguma coisa.

Como a qualidade dos produtos era boa, incluídos aí um camarão frito que não ficava devendo nada para o do djalma, e o preço chegava a ser até mais em conta, a adoção da barraca do mineirão foi coisa rápida, e que se consolidou ao longo do mês de janeiro.

Foi assim que, para manter as tradições comerciais iniciadas nas férias, na Páscoa e nos feirados seguintes, nós requisitamos os serviços do menino do mineirão, que nos atendeu muito bem, mas demorou demais para trazer o pedido.

Como ninguém pediu nada de complicado, fui até a barraca para ver o que tinha acontecido, ocasião em que fui informado que a barraca fora vendida e que o mineirão não era mais o dono.

Por conta disto, o novo proprietário estava levando uma surra de uma vodca com abacaxi que ele não conseguia entender como é que se fazia.

Levei algum tempo explicando, mas no final, o drinque saiu melhor do que a encomenda, fazendo com que novos laços comerciais fossem criados, em prejuízo do djalma, que por não ficar na praia, fica quase para mais tarde.