O reverso da imagem
O Brasil aparece no cenário mundial como o vilão do meio ambiente, o responsável por tudo de feio e ruim que acontece no planeta e que aumenta as mudanças climáticas.
Tanto faz se a China e os Estados Unidos sejam os maiores poluidores do mundo, se a Europa usa uma matriz energética suja, se a Alemanha reacendeu suas usinas a carvão. A culpa é do Brasil.
Só que, olhando os números, vemos o Brasil numa situação bem diferente. Temos uma das matrizes energéticas mais limpas, boa parte dela é renovável, nosso etanol é dos combustíveis menos poluidores, o grosso de nossa energia elétrica tem origem hídrica, seguida pela energia eólica e solar. Quer dizer, alguma coisa está completamente errada no quadro.
Como se não bastasse, a área agrícola da nação é proporcionalmente muito menor do que a de países como Alemanha, França, Estados Unidos e China. Nossa vegetação nativa cobre mais de sessenta por cento do território nacional. E nós não precisamos desmatar um alqueire de mata para dobrar a capacidade de produção.
Temos problemas? Com certeza, mas o maior deles não é a devastação causada pela agricultura. Ao contrário, essa dá lições de uso da terra e manejo das lavouras para o mundo todo.
Nosso drama é a falta de competência. Especialmente na capacidade de comunicação. Seria ótimo se o governo brasileiro chamasse meu amigo Roberto Duailibi ou algum amigo dele para ensinar a fazer a lição de casa.
Para colocar o país no mapa como o país efetivamente é e não como ele é mostrado por gente completamente despreparada e que, ainda por cima, faz malfeito o que tenta fazer. Exemplo? Deixar desmatar a Amazônia só para ajudar bandido compromete o clima da região sudeste…
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