Não é só aqui
Não é só aqui que as coisas vão mal. Aliás, dependendo do enfoque, aqui está melhor do que em muitos outros países, começando pelos Estados Unidos e a União Europeia, pra não falar na Ucrânia e na Rússia, onde o caldo entona duas vezes por dia.
Nossa inflação está caindo, a recuperação econômica vai acontecendo, o emprego formal está voltando, a economia não deve ser tão ruim assim no ano que vem e por aí vamos, na contramão do mundo que, pelo jeito, está entrando em recessão profunda.
Tem muita coisa errada e muito a ser feito? Tem, com certeza tem. Mas, se olharmos o quadro, ele não é novo, não começou agora. Agora, para piorar, ele foi turbinado por uma pandemia que bateu de frente no mundo, que tinha se esquecido de que as coisas dão errado porque há quarenta anos íamos caminhando mais ou menos bem.
Mais de trinta milhões de brasileiros passam fome, mais de cem milhões vivem com até um salário-mínimo. Nossas escolas são ruins, nosso serviço de saúde público cai pelas tabelas, mas nada disso saiu da caixa ontem. Ao contrário, são mazelas antigas que, com o tempo, foram se agravando.
Se olharmos pra fora, a civilizada e desenvolvida Itália está na beira de uma guinada inédita desde o fim da segunda guerra mundial. Vai ser boa, vai ser ruim? Só o tempo dirá. Mas, com certeza, não é por ser de direita que é pior do que as outras que vieram antes e que eram de esquerda e deram completamente erradas.
Aliás, é curioso, a esquerda tradicionalmente acaba mal, mas os regimes ruins são os de centro ou centro-direita. Isso vale para o Brasil e para o mundo. Tanto faz, agora está muito complicado. De certo só temos que tem tubarão nadando, então é hora de paulistinha ficar na toca.
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