Tem que baixar a bola
Mais um pouco e a loucura das eleições passa. O problema é saber se o Brasil vai se desarmar, se a polarização sai da ordem do dia e o país volta a ser uma coisa única, cada um tendo sua posição, sua preferência, mas respeitando o outro e o que o outro pensa.
Provavelmente, no primeiro momento. Não. Vai seguir tudo como está, na toada ensandecida onde o bem e o mal só mudam de lado, seguem sendo o avesso do avesso daquilo que você sempre quis, mas nunca teve.
Nesse mundo pode mais quem chora menos, ou quase… Nem sempre é nessa ordem, nem com essa verdade. Se é que há verdade, porque pode ser que não. De qualquer forma, de certo, de concreto, só bloco pré-fabricado, mas até estes às vezes vêm com defeito, com areia da praia, o que alguns anos depois derruba o prédio.
Não dá para tocar em frente com o grau de fervura que cozinha a sociedade brasileira. Ninguém tem atestado de Deus dando conta de que ele é que está certo. Então, pode ser que o outro também esteja certo. Não custa nada ter a humildade de deixar a vida rolar, antes de dizer que sim ou que não.
Tanto faz quem ganhe no domingo, de certo, mas certo mesmo, só que quem vai continuar mandando é o Centrão. Mais à esquerda, mais à direita, com ou sem orçamento secreto, o Centrão segue sendo o dono da bola, do uniforme e do campo. Quem quiser brincar tem que molhar as mãos da turma que manda. É por aí que passa a manada e desce a cachoeira. Não tem volta, nem perdão. Ou paga ou não leva.
No fim, a conta é nossa, do povo, que não tem nada com isso, que só quer ser deixado em paz para seguir vivendo como Deus manda. E ela é salgada. Ninguém sabe o que vai acontecer no mundo, imagine no Brasil! O jeito é fazer de conta que está tudo bem e rezar para não piorar.
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