Um absurdo fora de propósito
Eu deixei de propósito para abordar o assunto depois das eleições e com presidente eleito. Apesar de diretamente ele não ter nada a ver com a eleição, tem a ver com a polarização sem sentido que tomou conta do Brasil e que deu no que deu, com um maluco abrindo fogo contra a Polícia Federal.
Se ele fosse uma pessoa comum, a esta hora estaria morto e a polícia teria toda razão em ter atirado. Afinal, receber a polícia a tiros e granadas é coisa de bandido em qualquer lugar do mundo, até no Brasil, que o digam as ações nos morros cariocas.
Mas o atirador era gente graúda, nome importante. Apesar de condenado e cumprindo pena, ninguém mexia muito com ele, tanto que tinha um fuzil de grosso calibre e granadas dentro de casa.
É completamente sem sentido e mais sem sentido ainda porque aconteceu como se fosse um direito do cidadão meter bala na Polícia Federal porque não estava mais com paciência para aguentar as decisões do Supremo Tribunal Federal.
Mais fantástico ainda as publicações serem feitas no site de sua filha e não acontecer nada com ela, como se fosse absolutamente legítimo publicar as barbaridades que foram publicadas, em vez dela ser cúmplice dos vários crimes praticados em sequência e que feriram dois policiais e seguiram em frente, com uma negociação patética conduzida por uma figura de pastelão, acompanhada à distância pelo Ministro da Justiça.
Ou o Brasil assume que o que aconteceu foi extremamente sério ou a vaca vai acabar de ir por brejo. Nenhuma nação que se pretenda minimamente civilizada pode aceitar o que aconteceu, principalmente porque os crimes foram praticados pelo presidente de honra de um partido político e um dos crimes tem nome: tentativa de homicídio, agravada pelo uso de material bélico privativo das Forças Armadas.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.