São Paulo esburacada
São Paulo nunca foi famosa pela qualidade do asfalto de suas ruas. Ao contrário, durante muito tempo, gente do ramo se perguntou se não haveria um acordo secreto entre a cidade e os fabricantes de veículos fora de estrada, com ênfase nos blindados pesados, para deixar a cidade esburacada e assim eles serem testados antes de entrar em combate.
Em alguns períodos, os buracos melhoram; em outros, pioram. É uma sequência de ciclos nos quais quem perde é a suspensão dos milhões de veículos de todos os tipos que circulam pelas nossas ruas.
Neste momento, a situação está longe de ser confortável, ou melhor, está longe de ser confortável para os veículos. Para os buracos está “mar de almirante”. Nadam de braçada no doce balanço de uma marola amiga.
Tanto faz a região, a cidade está uma enorme pista de testes para carros de combate. São costelas de vaca, buraquinhos, buracos médios, buracões e crateras, à mostra e escondidos, prontos para cobrar seu preço e causar o máximo de danos com o mínimo de custo.
É verdade, a prefeitura lançou um ambicioso projeto de recapeamento da malha viária, mas, na prática, ele ainda não decolou e os buracos estão agindo mais rápido do que as autoridades.
Como a temporada de chuvas está pronta para arrombar a porta e entrar com tudo, especialistas estão preocupados com o que vai acontecer no próximo verão. Se o ritmo do recapeamento não acelerar, a soma dos buracos existentes com os buracos a caminho será vencedora e não teremos muito o que comemorar.
É triste, mas é verdade verdadeira e está escancarada por décadas de chuvas de verão e de buracos de todos os tamanhos abertos por elas em todas as regiões da metrópole. Vamos torcer pra ação da prefeitura dar certo ou então Deus tenha piedade dos carros!
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