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Uma guerra muito esquisita

A Guerra da Ucrânia segue em frente, como se fosse absolutamente normal o mudo conviver com um conflito como este. Uma guerra absurda, onde um dos lados pode tudo, inclusive praticar ações que seriam chamadas de genocídio, enquanto o outro pode, no máximo, se defender, porque o resto do mundo tem medo das consequências de um eventual ataque da Ucrânia contra o território russo.

Preciso dizer que eu também tenho medo disso. Um ataque da Ucrânia poderia desencadear o uso de armas atômicas pela Rússia e, ao que consta, são eles os donos do maior arsenal de armas nucleares do mundo.

Independentemente de qualquer outra consideração, o fato da Rússia não ter ganho a guerra até agora levanta uma série de questões sobre a capacidade militar soviética, tida como imbatível, mas que vai apanhando como boi fujão, depois que a Ucrânia recebeu armas modernas dos países ocidentais.

Este é outro aspecto interessante. Os países ocidentais estão armando a Ucrânia e fica o dito pelo não dito, como uma compensação por eles não permitirem que a Ucrânia ataque a Rússia, que pode fazer o que quiser, doa a quem doer.

Enquanto acusam a Rússia das maiores barbaridades, os países da NATO seguem comprando gás russo e o preço do petróleo também gera lucros astronômicos para a Rússia, que é das maiores produtoras do planeta.

Mas se você acha isso estranho, pense nos lucros que a indústria bélica ocidental está tendo, graças à venda de equipamentos já testados, enquanto novos vão sendo colocados no campo de batalha para ver se funcionam.

Sofrendo mesmo está o povo ucraniano. Os outros nem fingir fingem.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.