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Futebol segue na pauta

Com a Argentina tricampeã, a transferência de Endrick, aos 16 anos, por 400 milhões de reais, para o futebol espanhol e as tradicionais notícias de férias dos atletas e dos preparativos dos clubes para o ano que começa, a Copa do Mundo ainda não saiu das discussões e conversas.

O que antes era uma sensação, uma verdade empírica, agora ganha ares de certeza estatística: 9 entre cada 10 brasileiros culpam Tite pelo vexame no Catar.

Não sou eu quem vai dizer que ele não fez tudo errado. Que não aprendeu nada com a derrota em 2018, que convocou mal, que não deixou o time jogar ou ganhar ritmo, que substituía os titulares pelos seus protegidos, nem qualquer outra afirmação do que foi feito ou não foi feito.

É tudo verdade e, se escavar mais, vão encontrar mais. A série de equívocos é infindável e só serve para provar o óbvio: Tite não era o técnico para a seleção brasileira, nem em 2018, nem em 2022.

Tite nunca foi o técnico ideal para a seleção brasileira pela simples razão de que, desde antes de 2018, ele já era um técnico ultrapassado, com visão velha do futebol e uma ideia torta de como montar o time. Tanto que na Rússia ficamos no meio do caminho.

Mas no Brasil tem gente que acha que insistir no erro duas vezes vai fazer dar certo. Não dá e nós vimos isso com clara tristeza no Catar.

É aí que eu, sem ser especialista, mas, como todo brasileiro, gostando de futebol e ainda por cima sendo são-paulino, gostaria de colocar a colher torta na conversa.

O culpado não é o Tite. Ele fez o que sabia e achava que podia funcionar. Não se podia esperar mais dele. Ele não tinha mais para dar. A culpa pelo desastre, aliás, pelos desastres de 2018 e 2022, é da CBF. Foi ela quem convocou e depois insistiu no Tite.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.