O funk, o sertanejo e o prefeito omisso
Você acorda, toma café e desce para a praia. Vai estar cheia, não tem jeito, é férias. Mas, tudo bem, com boa vontade e competência todos se ajeitam e dão conta de dividir o espaço na areia. Faz tempo que é assim. E se é assim que é, então, é assim que será.
Só que não é. Tem gente que acha que pode mais, que tem direitos, e por isso pode fazer o que quiser. Inclusive infernizar a vida de todos os outros que não têm nada com o gosto musical do cidadão sem noção, que acha que pode tudo.
É impressionante a falta de noção, para não falar de educação, de pessoas que vão para a praia com caixas de som onde tocam de tudo, mas basicamente funk e música sertaneja.
Os vizinhos que se danem, se não gostam, não é problema dele. Ele toca o que quer e faz cara de inteligente, ou de valente, como quem diz: “vou tocar e quero ver o que você faz”. E toca e quem reclamar corre o risco de ser agredido, porque o cara é o tal e ele tem direitos.
Se o cidadão acha que tem direitos, ele não conhece o que isso quer dizer. Ele não sabe que, antes do direito dele, vem o direito da coletividade e que ninguém é obrigado a aturar uma música ruim, até porque é proibido tocar música na praia.
E é aí que entra a grande graça. Isso só acontece porque o Prefeito do Guarujá é omisso, completamente omisso ou não tem noção de suas responsabilidades e que o respeito à ordem e à tranquilidade do cidadão é uma delas.
Durante muitos anos, quem tentava tocar música na praia era imediatamente abordado e informado que era proibido. Mas se era assim, não é mais. Agora, cada um toca o que quer e ninguém faz nada. Pena que o prefeito não percebeu que quem inferniza a praia não é eleitor no Guarujá.
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