São Paulo debaixo d’água

[Crônica do dia 01 de fevereiro de 2010]

Não tem jeito, quem tinha esperança já perdeu faz alguns meses. Este verão São Paulo passa debaixo d’água. A quantidade de chuva, independentemente de qualquer outro fator é suficiente para dar a certeza de que isso vai acontecer.

Mesmo porque já está acontecendo, quase que dia sim, outro também, com uma regularidade impressionante.

Um político do governo interessado em eleição diria que são forças ocultas torpedeando os bons procedimentos do governo. Outro, da oposição, diria que são os bueiros entupidos.

E as duas versões estão corretas. Não há dúvidas de que São Pedro decidiu pegar São Paulo numa sinuca de bico. Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Nas duas situações, ganha o dono das chaves do céu. São Paulo fica debaixo d’água e a vida se transforma num inferno, como se São Pedro sentisse prazer em maltratar os moradores da maior cidade com o nome do grande rival.

São Paulo sempre inundou. E vai continuar inundando. Não tem o que fazer porque aí estão envolvidos o terreno da região e a lei da gravidade. Como ninguém, até hoje, conseguiu revogá-la, é de se esperar que o drama continue verão, após verão.

Diz o ditado que chora menos quem pode mais. Atualmente só não chora a chuva que despenca toneladas de água com a sem cerimônia de quem sabe o que faz.

De outro lado, não custava nada a prefeitura melhorar os serviços de limpeza de bueiros e galerias. Quem passa pela Marginal do Pinheiros na altura do Jóquei, vê a quantidade de água empoçada na pista encostada ao muro. Ela não tema para onde ir porque o caminho está entupido.

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