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O preço de alguns restaurantes

[Crônica do dia 23 de outubro de 2008]

Alguns restaurantes perderam o juízo ou estão interessados em boicotar o ministro da Fazenda, criando uma inflação artificial completamente sem sentido.

Ao longo dos últimos meses houve um reajuste inexplicável dos preços, que em certas casas subiram estratosfericamente como se a crise americana os atingisse com a violência com que quebrou os bancos, e fosse responsável por eles perderem suas margens, por conta da intervenção do Banco Central Europeu no dia a dia dos plantadores de beterrabas.

É tanto disparate que mais parece o samba do crioulo doido, regravado em ritmo de funk, misturado com hip-hop.

Se você disser, “bom, um certo aumento é até que razoável”, tudo bem, é mesmo. Mas o que eles fizeram não foi um aumento razoável, algo na casa dos 10%, contra uma inflação bem mais baixa.

Não, eles aumentaram desatinadamente, coisa de até 50%, não só nas bebidas, mas nos pratos mais básicos, como uma saladinha, ou um simples filé.

Pratos do dia a dia, da rotina de cada um de nós. Nada de produtos importados, nem de sofisticações como lagosta negra com calda de pêssego da Abissínia maturado em mel.

Estes, não dá nem para olhar. Deveria ter uma cortininha na frente, escondendo dos olhos do comum dos mortais os descalabros grafados nos menus.

E o aumento atingiu de forma mais drástica ainda as bebidas em geral. O resultado é que alguns restaurantes que viviam cheios andam com suas salas vazias, até nos jantares de sábado.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.