Parabéns a mim mesmo
Quero dar parabéns para mim. Faz três anos que perdi o olfato e não há nada que indique que ele pretenda voltar. Eu tive covid completamente silenciosa. Não tive qualquer sintoma, não passei mal, não tive tosse, coriza ou qualquer outra indicação de que estava com o coronavírus.
Só descobri depois de minha mulher ser internada e eu fazer o teste para tirar a dúvida. Deu positivo. Fiquei em casa o tempo prescrito, refiz o exame e deu que tinha sarado, só que aí vieram as sequelas. E não foram agradáveis. No longo prazo, três anos depois, continuo com um forte refluxo e sem olfato, além de ter na boca um gosto que varia de tempos em tempos e que pode ser bem desagradável.
Entre secos e molhados, não posso reclamar. A alternativa poderia ter sido muito pior, como aconteceu com quase setecentos mil brasileiros que perderam a vida, vítimas da covid19.
Viver sem olfato tem o lado positivo e o lado negativo. O positivo é que não sinto cheiros ruins e o negativo é que não sinto cheiros bons. Mas dá para tocar em frente e, se não prestar atenção, na maior parte do tempo, não lembro que não tenho olfato.
O problema é o refluxo. Este, se fico um dia sem tomar remédio, pega pesado porque me faz ter acessos de tosse praticamente incontroláveis. E o gosto na boca também pode ser bem ruim.
Eu tive a covid antes do aparecimento da vacina. Depois dela, tomei todas as doses, estando absolutamente vacinado com as quatro doses prescritas. E se tivesse que tomar mais, eu tomaria, sem problema nenhum.
Tem quem não acredite em vacinas, tem quem acredite. Eu faço parte de deste grupo. Acredito e mantenho minha carteira de vacinação atualizada. É melhor tomar uma injeção e ficar protegido do que acreditar na sorte e correr o risco de pagar um preço mais caro.
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