O último cafezal
[Crônica do dia 11 de agosto de 2010]
Meu amigo de infância, Domício Pacheco e Silva, acaba de publicar um livro muito interessante, chamado “O último cafezal”.
Misto de história da família com história do Brasil e de Portugal, o livro narra a saga de gente como a gente, que ao longo dos séculos foi evoluindo, ganhando e perdendo, interagindo num cenário mais amplo, que as afeta porque esse é o cenário da vida.
Dizer que o livro é um tratado de história seria um exagero. Mas Domício resgata passagens importantes das histórias brasileira e portuguesa para explicar as razões que levaram seus antepassados a agir desta ou daquela maneira, com este ou aquele resultado.
Mais que isso, ao trazer o passado histórico para dentro do passado da família, o livro além de dar uma dimensão humana para a narrativa, resgata personagens que fizeram a diferença, tanto faz se para o bem e para o mal, hoje quase que completamente esquecidos.
Na saga dos Pacheco e Silva é possível viajar para o Portugal medieval, para o Brasil das caravelas e das navegações, para o sertão, nas bandeiras e monções, pelas trilhas de burro correndo o país com os tropeiros.
Fica fácil entender porquê São Paulo se desenvolveu, o peso do café nesta história e tudo que veio depois.
As explicações para o autódromo de Interlagos, para o aeroporto de Congonhas, para o crescimento de Campinas, e para tantos outros fatos e momentos históricos, na dimensão de seus parentes se tornam lógicas.
Mesmo sem contar de uma moto Honda 65 cilindradas e de uma perua chamada Faustina, “O último cafezal” é muito gostoso de se ler.
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