O pombo da Eletropaulo Metropolitana

[Crônica do dia 22 de janeiro de 1998]

No longo capítulo da propaganda nacional, muitos anúncios fizeram história, ganhando prêmios de todos os tipos, e, mais importante, ficando na lembrança do público, que é a grande razão de ser de qualquer anúncio.

Lembrar o garoto propaganda Bombril é chover no molhado. Não há quem não o conheça. Os bichinhos da Parmalat também estão tendo o seu impacto, assim como slogans como “você conhece, você confia” que caracteriza os carros da Volkswagen.

Também não tem jeito de não lembrarmos as músicas dos anúncios da Varig, que se transformavam em seguida nos sucessos dos bailes de carnaval. Ou dos bonequinhos dos cobertores Parahyba e do antológico “quem bate? É o frio”, das casas Pernambucanas.

Cada um deles teve e ainda tem o seu momento, identificando produto e consumidores por décadas a fio.

A proposta da crônica não é julgar a qualidade dos anúncios veiculados nos diferentes meios de comunicação que hoje entram na nossa vida das mais diversas formas.

Em primeiro lugar falta conhecimento técnico sobre o assunto e, em segundo, não é a sua proposta.

Mas eu não posso deixar de falar sobre o anúncio da Eletropaulo Metropolitana que tem um pombo contando o que ele vê quando voa sobre a cidade e os perigos que ameaçam a população.

O risco da rede elétrica é muito mais real e terrível do que a maioria das pessoas imagina.

Eu sei disso porque como advogado especializado em seguros, eu já fiz várias audiências envolvendo pedidos de indenização em decorrência de choques elétricos por causa de acidentes com ela.

Tem pouca coisa mais triste do que um menino sem os dois antebraços porque os perdeu quando sua pipa ficou presa nos fios de alta tensão.

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