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Falta D’Água sem motivo

Pode parecer incrível, mas, com o Cantareira cheio e tudo, de repente, no meio da noite, a nossa competente responsável pela água e pelo esgoto paulistano corta a água de um bairro, sem aviso prévio e sem se preocupar com os prejuízos que pode causar.

Não tem razão clara à vista. Não tem uma resposta porque não tem a pergunta. Não tem um aviso, nem uma breve nota nas redes sociais ou uma faixa na rua. Não tem nada.

Mais ou menos entre dez e pouco e onze da noite, você liga a torneira e descobre que não tem água entrando na caixa. E que o resultado pode ser dramático.

Conheço gente que fez festa com um bom número de convidados e, de repente, no meio dela, descobriu que a casa estava sem água, que os banheiros não tinham descarga, que a copa não tinha água saindo da torneira, que as caixas estavam vazias e não tinha solução, a não ser, se tivessem um bom assistente, chamar um caminhão pipa para encher as caixas e a coisa não acabar muito mal.

Quando morei na Alemanha, há mais de 40 anos, fiquei impressionado porque os prédios não tinham caixas d’água. Quando comentei com os alemães como eles faziam, eles ficaram mais impressionados do que eu. Na cabeça deles não entrava a ideia de que poderia faltar água sem acontecer um acidente que comprometesse a distribuição.

Água, gás, energia elétrica, telefone, tudo funcionava sem necessidade de plano B, inclusive com boa parte da fiação subterrânea. Não era concebível que fosse diferente. Serviço púbico existe para atender a população. Se não fizer isso tem que entender o porquê e tomar as providências para a falha não se repetir. Pois é, aqui é diferente. Falta água e energia elétrica até quando não tem razão para faltar.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.