O progresso não para

Quando Galileu Galilei descobriu que seu próximo destino poderia ser a fogueira, não hesitou um minuto. Depois de uma breve crise de consciência, mudou de posição e renegou suas teorias e descobertas em nome da boa paz com a Santa Madre Igreja.

Giordano Bruno, mais fiel ao seu pensamento e desapegado do corpo, não cedeu e, mesmo sob tortura, se recusou a rever suas posições, o que levou a Santa Madre Igreja, muito a contragosto – ela não queria fazê-lo – a condená-lo à fogueira, onde o grande pensador entregou a alma a Deus, sem negar suas convicções.

O progresso assusta e, se já assustou a Igreja, assusta todo mundo, porque a verdade é que sair do próprio quadrado é desconfortável. O ser humano não gosta do que não conhece e o futuro é sempre desconhecido, porque ainda não chegou. Quando chega, pode ser uma benção ou não. Também pode ser uma maldição, ou não. Cada situação é única e depende do ponto de vista de cada um para saber se é ou se não é.

O controle do fogo, a invenção da roda, o tacape, a lança, a pólvora, as caravelas, ao longo da história a humanidade viveu diferentes momentos que mudaram radicalmente a forma de vida do ser humano sobre o planeta.

Agora, depois do impacto do transístor, dos grandes computadores, da revolução do notebook, da democratização trazida pelos celulares, estamos de novo diante de uma mudança profunda.

A Inteligência Artificial veio para ficar. Não há como pensar em retroagir, nem em brecar seu desenvolvimento. Mesmo que alguns suspendam os estudos por seis meses, não há certeza de que todos farão a mesma coisa. Assusta? Assusta muito! O desconhecido assusta. O que vem pela frente? Só o futuro dirá. Se será bom ninguém sabe. O que é certo é que é irreversível. E maravilhoso.