Uma solução pragmática

[Crônica de 25 de março de 1998]

Ao longo das últimas semanas, a Prefeitura vem passando por situações no mínimo constrangedoras, que a estão expondo ao riso da população e, mais do que isto, deixando transparente a sua fragilidade diante dos problemas que afetam o dia a dia da cidade.

Dentre estes, merecem destaque os decorrentes do lixo e dos buracos que infernizam a vida dos paulistanos, além de colocá-los permanentemente em risco.

Assim, apenas para ajudar, não a Prefeitura que se diz competente para resolver seus grandes dilemas, mas São Paulo que não tem culpa do que estão fazendo com ela, me parece importante colocar minha colher torta na massa, e abrir algumas ideias para uma discussão mais ampla e quem sabe mais profícua do que as que têm até aqui ocorrido.

Os buracos e o lixo são dois problemas complexos, mas que podem e até devem ser tratados juntos. A ideia do prefeito de criar uma secretaria do lixo é boa, mas pode ser melhorada, através da criação de uma mega secretaria, encarregada do lixo e dos buracos.

A solução para os dois problemas que comprometem a imagem da municipalidade é mais simples do que parece e pode perfeitamente ser equacionada através de um tratamento unificado, que resolva numa única tacada o tapamento dos buracos e o fim do excesso de lixo que empesteia a cidade.

Dotando a mega secretaria com gigantescos misturadores que misturariam o lixo paulistano com as águas infectas do Tietê, seria possível criar uma massa densa, mas de colocação simples e barata e que, depois de seca, além de perder o mau cheiro, transformar-se-ia num composto com resistência superior à do concreto, servindo para tapar os buracos que se multiplicam pelas ruas e para aumentar a resistência do asfalto de péssima qualidade que é utilizado para pinta-las de preto.

Numa segunda etapa seria possível até se pensar em substituir o asfalto pela massa densa, masseando todas as ruas ao invés de asfaltá-las.

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