Voar é seguro

[Crônica de 21 de dezembro de 2001]

Uma das minhas maiores curiosidades era conhecer a torre de controle de um aeroporto. Sempre imaginei uma torre destas como um lugar acelerado, com todo mundo nervoso, cheio de telas de radares, e de computadores, e alarmes tocando e luzes piscando.

Faz poucos dias, matei minha curiosidade. Para descobrir que não é nada disto e que a torre de controle do aeroporto mais movimentado do Brasil é um lugar absolutamente calmo, organizado, onde todo mundo fala manso e que não tem nada do que minha imaginação colocava nas torres de controle de aeroportos.

A convite do coronel aviador Hélio da Silva Filho, chefe do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo, fui uma bela manhã para o aeroporto de Congonhas, para conhecer não só a torre de controle, mas como funciona o serviço de proteção ao voo que é quem realmente coordena a dança dos aviões pelos céus do Brasil.

A torre é um detalhe de uma imensa engrenagem. Um detalhe importante, já que é ela quem coloca os aviões no chão e autoriza as decolagens, mas não o mais importante, que é o acompanhamento das aeronaves em suas rotas, ao longo de uma imensa área sob a responsabilidade de órgãos diferentes, cada um encarregado de um pedaço do céu brasileiro.

Ver a sala do controle de voo do aeroporto de Congonhas é emocionante, mas, ao mesmo tempo, decepcionante, porque lá também, em vez da correria e da tensão que a gente imagina que é a rotina, todo mundo trabalha numa boa, com calma, operando os equipamentos sofisticados que colocam cada avião no seu lugar, dentro de cada rota, como qualquer outro especialista de um serviço altamente técnico faria.

Eu não sou técnico, mas o que eu vi, inclusive o avião especial que faz as aferições dos equipamentos, me deu a certeza de que no Brasil, é seguro voar.

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