O mundo anda
O mundo anda. Nada fica parado para sempre, ainda mais quando se trata da cidade de São Paulo, que há 500 anos corre pelo planalto, mudando a cara dos bairros com uma rapidez impressionante.
Meio século atrás, a Avenida Paulista estava começando a se tornar a Avenida Paulista, o novo centro financeiro nacional, substituindo o Centro Velho, especialmente as ruas 15 de Novembro e Boa Vista.
Hoje, o centro financeiro está na Faria Lima ou pelo menos parte está lá, já que os três grandes bancos estão no Jabaquara, Osasco e Marginal do Pinheiros.
Cada um sabe de si, mas a Avenida Rebouças está subindo numa velocidade alucinante, para o bem e para o mal. O bem são os edifícios novos que rasgam as alturas num voo de gavião querendo conquistar o céu.
O ruim é o trânsito. Há 50 anos, a Rebouças já era um desastre. Agora você leva, da Eusébio Matoso ao Vale do Anhangabaú, em dia de sorte, pelo menos uma hora, quer dizer, o caos chegou lá e aprofundou o buraco.
A pergunta que não quer calar é: como fica depois que todos os prédios estiverem ocupados? Tem quem diga que a região tem metrô. Até pode ter, mas não é amplo, geral e irrestrito. Muita gente vai usar seu carro. E aí, como é que fica?
O entorno do metrô do Butantã dá uma mini ideia do tamanho da encrenca, depois que estiver tudo ocupado. Porque não é só excesso de carros, tem também a incompetência da CET para piorar o drama.
Nessa toada, a cidade segue em frente. A Rebouças é só um exemplo. Onde você olhar tem prédio subindo. Em algum momento, vai ter mais prédio que morador, mas até lá vamos que vamos. Pode mais quem chora menos. O mercado está aquecido, tem emprego e crédito. Então vamos em frente porque atrás vem gente e quem fica parado é poste.
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