Contrastes

São Paulo é das maiores áreas urbanas das Américas. A corrutela de boca de sertão, que até 1870 mal tinha vinte mil habitantes, daí em diante começou a crescer, a tomar conta do planalto numa velocidade impressionante, que fez os paulistanos, durante décadas, se orgulharem de viver na “cidade que mais cresce no mundo”.

No começo foi bom, no meio começou a não ser tão bom e hoje nós pagamos o preço desse crescimento, feito sem planejamento, comendo chão, metendo mata e campo abaixo, tapando rios, poluindo o ar, a terra e o horizonte.

O resultado é uma cidade com enormes contrastes. De todos os tipos, de poder econômico a áreas verdes, de comércio a indústria, de serviços aos novos edifícios que sobem feito torres de Babel, dispostos a chegar no céu e dar “bom dia” para o Criador.

Pode mais quem sobe mais. Imagine esses apartamentos completamente ocupados. Os elevadores de manhã cedo, a saída das garagens, o caos nas ruas feitas para outro trânsito, outra quantidade de pessoas…

No Morumbi, o contraste chega no seu ponto mais alto. De um lado, as enormes mansões; de outro, a favela, a comunidade se entranhado no espaço dos mais ricos. E a convivência acontece mais ou menos equilibrada, de forma mais ou menos serena.

Mas há outras áreas onde os contrastes se dão de outra forma. Temos bairros densamente arborizados, onde o verde se destaca e empresta sua vida e beleza para a alegria dos dias. 

Temos áreas onde o cinza se impõe e o verde se esconde numa plantinha dentro de um copo, em cima de uma geladeira. É assim porque é. É bom? É ruim? A cidade não se importa. Ela só segue em frente.    

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