A cidade e o automóvel

São Paulo está batendo recorde atrás de recorde. Os engarrafamentos estão chegando em patamares de círculo do inferno. Castigo para desobstruir o purgatório e jogar os desinfelizes que ficam presos nas ruas da cidade diretamente nas portas do Paraíso.

Não tem o que fazer. A soma da incompetência da CET com o despreparo, falta de educação e desatino dos motoristas já é suficiente para travar tudo. Mas tem mais! Tem o número de veículos e os quilômetros de ruas. A proporção não bate. Tem mais carro do que rua, então não tem como dar certo. O resultado é o caos, com fortes chances de se agravar.

Mas se o problema hoje é complicado, imagine como vai ficar amanhã. Os carros estão na boca de passar pela maior mudança desde que foram inventados, no final do século 19.

Não apenas de combustível, mas na forma da propriedade e de dirigir. Em pouco tempo, o que temos atualmente será lembrança, como os antigos telefones de disco e as máquinas de fax.

Em poucos anos as pessoas não comprarão mais um automóvel. Elas farão uma assinatura provavelmente com uma montadora e terão o direito de usar um veículo quando e como quiserem, em qualquer parte do mundo, sem precisar se preocupar com impostos, seguros, manutenção, garagem e outros custos que pesam no bolso dos proprietários atuais.

Além disso, os veículos elétricos virão para ficar e aí a forma de dirigir será outra. Mas mais sério ainda são os veículos autônomos, ou seja, sem motorista, que nos levarão para todos os lados sem precisarmos dirigir.

A pergunta que fica é se será bom ou se será ruim e a resposta é que tanto faz. Será como será e o que vai acontecer nas ruas da cidade acontecerá porque é assim que as coisas são. Se os congestionamentos continuarão é outro problema, mas não fique muito otimista.  

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