Camélias e Manacás

O inverno é o momento dos ipês e das azaleias. É agora que as duas plantas explodem suas flores e enchem a cidade de cores, enfeitando muros, redesenhando praças, cobrindo as calçadas com um tapete de flores caídas, que esconde os buracos e o mau trato.

Ninguém tem a pretensão de competir com eles. A briga é entre ipês e azaleias e, quem tiver juízo, fica de fora, aproveitando a hora no bem bom das floradas competindo entre elas.

Mas tem quem, sem querer entrar na disputa, também dê as caras nesta época do ano. É um movimento sem pretensão de ganhar ou de se afirmar no cenário, mas é importante porque enfeita seu pedaço e deixa quem mora por lá feliz.

Entre as plantas que gostam desta época, vale lembrar as camélias, as mesmas que caíram do galho, deram dois suspiros e depois morreram, na antiga marchinha da “Jardineira”.

Camélias não são arbustos de rua, mas, dentro dos jardins, atingem graus de beleza impressionantes. Se cobrem de flores e dão show, enfeitando o seu pedaço e alegrando a vida de quem mora na casa do jardim onde estão plantadas.

Mas não são só elas que brilham correndo por fora. Os manacás têm um único objetivo: mostrar que, apesar de não serem tantos quantos as quaresmeiras, com quem muita gente os confunde, são muito mais bonitos, mais solenes e compenetrados. 

A decisão vai do gosto de cada um, mas ver um manacá florido enche os olhos e alegra a alma. E nessa festa, na qual os mais plantados dão o tom, os que correm por fora fazem sua parte, sem ciúme, sem inveja, sem querer competir. Fazem porque é assim que tem que ser. Cada um tem sua hora e sua vez.     

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