Amigo das praças
[Crônica de 28 de agosto de 2000]
Tem gente que adota criança, gente que adota atleta, gente que adota cachorro, gente que adota sabe Deus o quê, pensando no bem que está fazendo, movidos pela vontade de acertar e fazer um mundo um pouco melhor.
É bonito, é gratificante e dá uma esperança a mais num mundo cada vez mais cinza, por conta de tudo de feio e de ruim que existe e se expande para todas as direções, vindo de todos os lados.
Numa cidade entregue aos buracos e aos bandidos, ter alguém que ainda se preocupa com o próximo e com fazer melhor a vida é um conforto, uma benção que não tem preço e por isso precisa ser preservada.
Fazer o bem é quase que melhor do que receber o bem. A sensação de bem-estar, de certeza do dever cumprido, de estar em sintonia com Deus, não tem nada igual e compensa todos os momentos ruins ou difíceis que são parte da nossa vida.
Entre as pessoas que fazem o bem e melhoram a vida nessa cidade ensandecida, tem uma que se destaca pelo tipo de serviço que decidiu bancar.
Enquanto minha prima Vera Helena e minha amiga Mira se ultrapassam na Obra do Berço e no Instituto Pró Queimados; enquanto meu amigo Bueno arranca leite de pedra para a Fundação Zerbini, o Paulo Roberto decidiu adotar praças.
É sem dúvida nenhuma uma atividade mais singela, mas será que por isso é menos importante?
Não! Não é, não! Adotando praças, o Paulo Roberto faz com que a cidade fique mais limpa e mais amiga, que sua sintonia seja a sintonia do cidadão que ainda sonha sonhos bons e que, de repente, olhando para fora da janela fechada de seu carro blindado dá com um canteiro florido, numa praça limpa, como se fosse um sonho – um sonho simples transformado em verdade.
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