O Museu de Arte Sacra
[Crônica de 5 de junho de 2009]
Entre as maravilhas que São Paulo esconde, está o Museu de Arte Sacra. Quem sabe o mais bonito no gênero, este museu instalado no antigo Convento da Luz, ao lado da capela de Frei Galvão, é uma beleza que merece ser conhecida por quem vem à cidade em busca de cultura.
São Paulo vai muito além da região dos Jardins, mas se esconde, feito menino brincando, e exige do interessado uma verdadeira expedição, antes de mostrar parte de seus encantos, que, no conjunto, fazem dela uma das cidades mais fascinantes do mundo.
Ao contrário do Rio, de Recife e Olinda, de Salvador ou das cidades mineiras, São Paulo cresceu pobre, enfrentando dificuldades de todos os tipos, até a explosão do café, já em meados do século 19.
Isso fez com que a arquitetura colonial paulista se diferenciasse das demais, pela falta de dinheiro para fazer de outro modo. O conjunto do Convento da Luz é a exceção à regra. Ele é simples, mas grandioso, espalhado, com sinais exteriores de riqueza.
Foi lá que instalaram um museu dedicado à arte sacra. Com certeza a arte mais expressiva de todo o período colonial brasileiro.
Com imagens e mobiliário trazidos das mais diversas regiões do Brasil, seu acervo é o oposto da vila colonial. É rico, composto por obras de excepcional qualidade, com imagens preciosas instaladas em móveis deslumbrantes.
Mas se o acervo não valesse a pena, a simples visita aos salões do convento justificaria a ida até o bairro da Luz. A construção impõe nas largas paredes de taipa, nas janelas abrindo para um jardim inesperado, mas, principalmente, pelo piso de tábuas largas que nos dá uma vaga ideia do tamanho das árvores em volta da cidade no século 18.
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