Inteligência artificial
Guimarães Rosa escreveu que todo mundo é de alguma forma inteligente. É verdade, só que até agora essa inteligência era prerrogativa dos seres vivos, das amebas aos elefantes, das morsas aos seres humanos.
Não consta que as pedras sejam inteligentes, nem a lama ou a areia das praias. Mas não me surpreenderia se descobrissem que também o são, quem sabe até em grau maior do que o nosso. Aliás, essa é uma pergunta interessante: até que ponto somos mais inteligentes do que as outras formas de vida, se é que somos?
E, entre nós, quem é que disse que os tidos como mais inteligentes são mesmo os mais inteligentes? A questão é complexa e lisa feito quiabo. Pode ser que sim, pode ser que não. O que eu garanto é que ninguém nunca apresentou uma régua com uma medida definitiva que avalie corretamente o que é ser inteligente.
É bom não esquecer que existe uma enorme diferença entre inteligência, esperteza e cultura e uma pessoa pode ter os três atributos, ou dois, ou um ou mesmo nenhum.
É comum se confundir inteligência com cultura e mais ainda com esperteza, mas alguém pode ser incrivelmente culto e não saber o que fazer com tanto conhecimento, da mesma forma que pode ser esperto e não ser inteligente.
O problema é que agora a ficção científica está entrando em cena e se tornando realidade. O que antes era gancho para filmes como “2001” vai entrando no dia a dia do mundo e ocupando espaços até agora reservados aos humanos.
A inteligência artificial é uma ameaça concreta e dramática para a vida de milhões de pessoas, que podem perder seus empregos ao longo dos próximos anos. E é só o começo. Ninguém sabe qual é o final disso tudo.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.