O Ipê branco

Todos os ipês são lindos. Tanto faz a cor da florada… roxa, amarela, rosa ou branca, todas as árvores são lindas e enfeitam a cidade com sua festa particular que alegra o inverno.

Mas se todos os ipês são lindos, alguns são mais lindos ainda, tanto faz se por amor ao próximo, identificação pessoal, carinho, agradecimento, ou apenas por beleza mesmo.

O ipê amarelo da Santa Casa é lindo porque é lindo. Enorme, centenário, dono do pedaço, ele se impõe como o avalista da fartura da Irmandade e isso dá a ele uma beleza especial.

O ipê amarelo da casa do meu pai está vivo desde a minha infância e, ainda que eu nunca mais o tenha visto, segue lindo, dentro das memórias felizes que me lembram o tempo que eu morei lá.

E por aí vamos. Tem árvores e árvores, começando pelas que nós plantamos. E a primeira árvore que eu plantei foi justamente um ipê, ao lado do laguinho do gramado da República, na fazenda de Louveira.

Mas tem também as árvores que são bonitas porque são bonitas e que se destacam na natureza pela beleza, um atributo tão válido e tão importante quanto todos os outros.

Entre elas, quero falar de um ipê branco que tem perto da minha casa e que explode todos os anos floradas deslumbrantes, que vão ganhando corpo com o passar do tempo.

Este ano ele se superou. A florada do ano passado foi maravilhosa, mas a deste ano foi mais bonita ainda. A árvore se cobriu inteira de flores brancas, algumas com leve sombra rosa, e fez a festa do pedaço.

Ali, quem manda é ele. O mais bonito, o mais elegante, o mais poético, o dono da calçada. Sua festa, sua explosão de vida faz a alegria do dia de quem passa perto e vê o ipê florido. Pena que dura poucos dias.      

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