Um inverno muito louco
O inverno deste ano foi no mínimo muito louco. Fez frio, como é de se esperar da estação, mas fez muito mais calor ou temperaturas amenas. Nada que, grosso modo ,não aconteça todos os anos. O inverno brasileiro não é conhecido pelos dias gelados, um depois do outro, ao longo de toda a estação. Mesmo no sul do país faz dias mais quentes, ou pelo menos menos frios.
Onde o ponto saiu da curva, ou a curva abandonou o ponto, que são duas coisas diferentes, mas que, na prática, geram o mesmo resultado, é que o calor está mais alto do que costumava ser nos demais invernos.
Tivemos dias francamente de verão. Trinta graus célsius é coisa de gente grande, temperatura que não é comum em várias partes do mundo, tanto faz a estação. Ou melhor, não era comum. Este ano, o verão do hemisfério norte também entrou de sola e as temperaturas atingiram picos inéditos, pelo menos há muitos anos.
Não sei exatamente quantos foram os dias frios, mas com certeza teve mais dias quentes do que dias frios. E o quente chegou a bem quente, dias típicos de verão, muito longe das médias do inverno tradicional.
Mas será que nunca aconteceu antes? Aconteceu. Não me pergunte por que, mas lembro do inverno de 1972, quando fiz meu estágio do CPOR, em Itu. Foi um inverno quente. Algumas manhãs fez frio e me lembro da tropa agasalhada e os estagiários com as japonas do CPOR, que um oficial do quartel cismou de implicar porque dizia que não era padrão da força.
E me lembro do calor que fazia de dia e nós de camiseta nos exercícios de campo. Me lembro também de sair de noite com roupas leves.
As mudanças climáticas estão aí e não são brincadeira. Mas inverno quente com certeza não é o primeiro. E o duro é que não será o último.
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