A importância dos símbolos
[Crônica de 7 de setembro de 2000]
O dia 4 de julho é o mais importante dos Estados Unidos, não só porque é feriado, mas pela importância dada pelos americanos a este feriado. O 14 de julho também é o mais importante para a França, pelos mesmos motivos. E, no entanto, o 7 de setembro, tirando ser feriado, passa quase que desapercebido no Brasil.
Nos Estados Unidos o 4 de julho, dia em que comemoram a independência, é festejado com desfiles de todos os tipos e jeitos, civis e militares, envolvendo todo o país, numa enorme festa que é também a afirmação de seu patriotismo e da fé em suas instituições. Não há prédio ou pessoa que não tenha uma bandeira e o hino nacional é cantado quase como se fosse uma prece, para reforçar os laços do povo com sua nação.
Quem já assistiu um desfile de 14 de julho em Paris sabe o que a data significa para os franceses e a importância que ela tem como símbolo de todos os seus valores, eternizados nas bandeiras tricolores balançado em todos os prédios e monumentos.
O Brasil também tem suas datas e seus símbolos. Só que curiosamente, a cada ano que passa, eles vão sendo diminuídos, como se não tivessem importância, ou como se uma nação pudesse se manter sem tê-los, ou respeitá-los.
É triste, mas o 7 de setembro não leva quase ninguém para as ruas, e muito menos, faz o brasileiro refletir nos temas que dão suporte para a nação e, dentro deles, quais as soluções necessárias para um futuro melhor e mais justo.
É tempo de voltarmos a aprender a ter orgulho de sermos brasileiros. É tempo de voltarmos a respeitar os símbolos da pátria, porque eles são os símbolos da pátria, e não foram feitos para serem usados em manifestações onde não deveriam ser usados, pelo descompasso entre sua importância e a falta de importância da situação. É tempo de termos orgulho de nosso passado, porque sem ele não teremos um futuro.
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