Taxi mirim
[Crônica de 14 de julho de 2009]
Faz tempo, São Paulo tinha uma categoria especial de taxis. O taxi mirim. O taxi mirim era um fusca sem o banco da frente, autorizado a levar até três passageiros, mas, que na prática, levava muito mais, já que, de madrugada, dava para quatro sentados no banco de trás e mais dois agachados no espaço aberto com ausência do banco da frente.
Quando vemos os taxis de hoje, brilhando de novos, automáticos, quatro portas, boa parte com porta-malas espaçoso, primeiro, dá saudade daquele tempo, e, depois, vem a pergunta de como é que funcionava?
A maioria dos carros fabricados no Brasil era duas portas. Não me pergunte por que, mas as montadoras acreditavam muito mais nos carros duas portas do que nos com quatro. O resultado era até os taxis maiores terem duas portas, incluídas as Brasílias que eram muito bem-vistas pelos motoristas de praça.
Voltando, aos taxis mirins, alguns tinham dispositivos engenhos para fechar a porta, depois que o passageiro entrava.
Embora a maioria tivesse uma cordinha de náilon pela qual ele puxava a porta até fechá-la, alguns tinham alavancas sofisticadas, com dobradiças e curvas que transformavam o ato de fechar a porta do fusca numa operação de guerra.
Outro ponto da maior importância era a bandeira um e a bandeira dois. Não era como é hoje, quando uma vale para horários normais e outra para feriados.
Não, havia bandeiradas especiais que cobravam com base no número de passageiros que o carro levava. Além disso, havia também a bandeirada noturna e a que valia para feriados.
Todas invariavelmente alteradas por uma tabela de preços que reajustava o preço que o taxímetro capelinha marcava.
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