O outro lado da cultura
[Crônica de 28 de dezembro de 1999]
Faz tempo que eu tenho dito que são Paulo transformou-se no grande polo cultural brasileiro. Para demonstrar isso tenho me valido, invariavelmente do MASP, da Pinacoteca e do MAM.
Tenho também usado o teatro Municipal, a Sala São Pedro e a estação Júlio Prestes. Afinal, nelas, hoje, é possível se assistir o que tem de melhor na música erudita mundial, tocada por quem toca melhor o melhor da música erudita mundial.
Mas, São Paulo tem também um lado mais solto e menos formal, um lado popular ou sem compromisso que também encontra na cidade o que tem de melhor no mundo para se apresentar.
Houve um tempo, alguns anos atrás, que locais como o Pallace e o Palladium eram o máximo. E eram muito bons mesmo. Assisti neles alguns grandes shows que não ficariam devendo nada para nenhum outro em qualquer lugar do mundo.
Só que a cidade não para e a sua eletricidade se reflete no ritmo de seus habitantes; na violência do trânsito, na pressa de seus negócios e nos novos locais para shows e espetáculos que vieram se somar ao velho Pallace e ao Olympia.
O Via Funchal e o Credicard Hall são coisa de gente grande. Para não falar no Teatro Alfa, que não fica devendo nada para o melhor do melhor de qualquer lugar da Europa ou dos estados Unidos.
Aliás, nenhum dos três fica devendo nada para ninguém. E os shows e espetáculos que são montados neles também não perdem para os seus concorrentes internacionais.
Quem sabe, por uma questão de temperamento, o meu preferido seja o Teatro Alfa, nele, por ser menor e se basear em outro conceito, balé e música podem ser levados de forma mais próxima do público e isso me atrai.
Mas, qualquer um deles vale a visita e, principalmente, vale pela qualidade de seus espetáculos.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.