Não tem nada de novo debaixo do céu

Tem gente preocupada com o futuro da cidade de São Paulo. Como vai ficar? Para que lado vai crescer? O bom e o ruim do progresso ou da fuga, rumo a algum lugar que ninguém consegue planejar.

Tem quem tem a ilusão de que dá para ser diferente. Que é possível colocar ordem no caos, mas o caos é só uma ordem que não nos convém. Então, é mudar de ponto de vista e aceitar o caos como a ordem lógica para entender o que acontece na cidade. 

São Paulo não foi fundada em 1554, nem o Padre Anchieta era padre naquele ano. Em 1532, Martim Afonso de Souza subiu a serra e fundou a vila de Piratininga, com Concelho e Pelourinho. Pouco depois, a Vila se mudou para Santo André da Borda do Campo e em 1560 foi criada a Vila de São Paulo de Piratininga, em volta do colégio dos jesuítas.

Se desde o começo a cidade andou pelo planalto, por que deveria ser diferente agora? É olhar sua marcha nas áreas deterioradas da metrópole para ver que não tem como. Que o digam os Campos Elíseos, o primeiro bairro planejado para ser bairro residencial. Depois, Santa Cecília. E os Centros, Velho e Novo. 

Quantos prédios de escritórios estão vazios na avenida Paulista, que já foi exclusivamente moradia dos mais ricos? Onde estão os sobradinhos da Vila América, que hoje se chama Jardins?

Cadê os casarões dos Jardins América e Europa, transformados em condomínios horizontais? E a região da Berrini? E o depois da Berrini, que já está com escritórios vazios.

São Paulo não para. Avança, recua, vai e volta, se reinventa e começa de novo, sem nunca ter parado de verdade.

Os novos prédios estão mudando a cara da cidade? Que bom! Vamos em frente que atrás vem gente e não dá para parar.

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