O presente do meu amigo Anesio

Meu amigo Anesio me deu um livro de presente. Entre todos os presentes, poucos têm o dom de serem tão próximos quanto um livro. Um livro faz diferença pelas mais variadas razões, a começar pela possibilidade de magia e encantamento contidas em suas páginas. Ou pelo conhecimento que ele reparte. Ou pela poesia que ele te entrega. Ou pelo carinho.

Dar um livro é um ato de amor de quem dá para quem recebe. Dar um livro é um ato de ternura. E receber um livro de presente também o é. Sentir seu toque, seu cheiro, sua textura, ver as letras dispostas nas páginas, invariavelmente de uma forma única. Um livro é diferente de outro, tem outra diagramação, outros tipos, outros textos. Se encantar com ele faz toda a diferença, separa a civilização da barbárie. Dá esperança ao mundo.

O livro que o Anesio me deu é fisicamente e visualmente lindo. É o chamado “livro de arte”. Um livro grande, com ilustrações na maior parte das páginas. E, no caso dele, ilustrações muito especiais, fruto de uma longa história, na qual o Anesio é o grande herói, o garimpeiro dos “Pratos da Boa Lembrança”.

Eu não conheço ninguém que tenha uma coleção comparável à do meu amigo. É a maior do mundo. São mais de 2.150 “Pratos da Boa Lembrança”, conseguidos nos restaurantes que os lançaram, em eventos e festivais, ou dados por familiares, amigos e colecionadores, que inclusive foram aos restaurantes pedi-los para o Anesio ou os encontraram dando sopa pelo mundo e os adquiriram para aumentar a coleção. 

O livro traz as fotos de parte desse acervo maravilhoso. Mas traz ainda algo tão precioso quanto elas. O livro traz, ao lado de cada prato, a receita que deu origem à sua confecção. O livro do Anesio também é um riquíssimo livro de receitas, quer dizer, ele te prende pelos olhos e pela boca. “Mangia que ti fá bene.” “Grazie mille amico mio.”

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