Será o começo do fim do mundo?
De repente, a destruição veio do céu. Nada que não fosse esperado, depois do que aconteceu no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Se pegou pesado lá, por que não pegaria pesado aqui? Pegou e as consequências foram apavorantes, principalmente porque ficou claro que os responsáveis não estavam preparados para o que aconteceu, ou pior, não estavam nem esperando o que aconteceu.
Sexta-feira, 3 de novembro, um dia depois de Finados, o mundo veio abaixo numa tempestade rápida, mas brutal, que se abateu sobre São Paulo, não só a cidade, mas quase todo o Estado.
Cena de filme catástrofe, daqueles em que o herói nada contra as Cataratas de Iguaçu. Foi apavorante e quem não ficou assustado ou não percebeu o tamanho da tempestade ou é mentiroso.
O céu escureceu e o mundo veio abaixo na violência do vento atravessando a chuva avassaladora que caiu sem pedir licença, destruindo o que tinha em volta.
Mas se a tempestade trouxe medo, morte e destruição, o depois da tempestade trouxe mais medo de mais destruição. Algumas regiões, especialmente da Grande São Paulo, ficaram quatro dias sem energia elétrica e tem quem diga que outras ficaram mais. Se o drama se repetir, além das mortes e desabamento de imóveis, haverá a perda de enorme quantidade de produtos que vão estragar por falta de refrigeração.
Como essa foi só a primeira de uma longa série, que deve se estender por todo o verão, e pelo visto corremos o sério risco de estarmos nas mãos de distribuidoras de energia completamente despreparadas para o que vem pela frente, os prognósticos para os próximos meses estão longe de tranquilizadores. Só que não há muito a fazer, além de comprar velas para promessas e para iluminar as noites que ameaçam ser escuras.
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