São Paulo como eu me lembro
[Crônica de 12 de dezembro de 2013]
Meu amigo Roberto da Rocha Azevedo, faz tempo queria publicar um livro sobre São Paulo. A cidade em que ele cresceu, tendo por base suas lembranças e um riquíssimo acervo de fotos e filmes da época, feitos por ele mesmo e seus familiares, especialmente seu pai, que usava uma filmadora 16 milímetros.
Vai pra cá, vai pra lá, o livro saiu. No dia 23 de novembro passado fui até a casa dele buscar meu exemplar, o número 25 dessa primeira edição feita fora do comércio, para ser distribuída entre familiares e amigos.
Eu conhecia o projeto praticamente desde o início, mas o livro que eu ganhei superou a minha mais otimista expectativa. O livro é bonito, bem-feito e rico em texto e fotos.
Nele, a São Paulo dos anos 40 surge como se ainda fosse como era na época. Pena que a rotina avassaladora do progresso desenfreado tenha mudado completamente a cara da cidade.
Não que o progresso não seja bom, mas ver a qualidade de vida que se tinha naquele tempo, com casas com espaço, ruas tranquilas, ônibus e bondes com capacidade para o público transportado, dá uma pena imensa da metrópole atual, suja, mal calçada, esburacada, com faixas de ônibus dificultando o tráfego e outras aberrações para complicar a vida de quem mora aqui.
O livro é ricamente ilustrado de forma que o texto de leitura fácil não cria uma cidade imaginária na cabeça de cada leitor. Ela se materializa nas fotos e isso permite que cada um, mesmo sem ter noção do que era São Paulo meio século atrás, consiga entender o processo de desenvolvimento da cidade.
Para quem gosta da história dessa cidade, “São Paulo como me lembro” é muito bem-vindo.
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