O Ipê ASG
Diz a tradição que o centenário ipê amarelo do jardim da frente da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo tem papel importante no futuro da Irmandade. Segundo a tradição, nos anos que a florada é carregada, a Santa Casa terá um ano seguinte muito bom; quando a florada é fraca, o ano será menos bom.
Por isso, este ano, houve um silencio incômodo na época da florada do ipê-oráculo. Primeiro, a florada demorou. Depois, quando veio, não veio forte. Ao contrário, veio fraca, sem empolgação e, por isso mesmo, não empolgou os colaboradores da Irmandade.
Foi como se um banho de água fria caísse na cabeça de todos os envolvidos com a gestão e recuperação da Santa Casa de São Paulo. Mas não era nada disso. O que aconteceu foi uma leitura errada dos fatos. A realidade é outra e ela é extremamente positiva porque mostra que o ipê amarelo da Santa Casa é muito mais engajado do que poderia parecer – e olha que o seu engajamento é proverbial!
Realmente, a florada do ipê amarelo foi muito mais fraca do que a dos anos anteriores. A grande árvore não cobriu o jardim e a rua com suas flores caindo dos galhos, os automóveis estacionados debaixo dele não ficaram pintados de ouro, os galhos não balançaram as flores saudando o céu.
E foi aí que leram errado e a leitura malfeita se espalhou, desanimando a turma. Graças a Deus – Deus sempre coloca a mão debaixo da Santa Casa de São Paulo –, alguém mais ponderado, ou menos afoito, analisou o cenário inteiro, fez uma leitura 360 graus e descobriu que a verdade era exatamente o oposto.
O grande ipê amarelo tem 2 ipês menores plantados próximos a ele. O que ele fez foi, dentro de uma moderna visão ASG, delegar a florada para essas duas árvores, que extrapolaram o razoável e floriram como nunca!
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