Sair por Diadema
[Crônica de 24 de março de 2010]
Nem sempre ser esperto é a melhor solução. Aliás, via de regra, acaba custando caro. Que o diga o jeitinho brasileiro. Enquanto os países ricos ficam mais ricos porque planejam em vez de improvisar, nós vamos aos trancos barrancos, um dia acertando, dois dias errando e pagando o preço da esperteza.
Às vezes ser esperto parece ser um ato de inteligência. A solução lógica que explode num átimo, num flash mágico, como se as forças do universo, ou os super-heróis, se juntassem para te dar a resposta certa.
Eu que o diga.
Numa sexta-feira de tarde saio de viagem para o Guarujá. Entro na Marginal do Pinheiros e vou meio ressabiado, querendo ver a ponte da Bandeirantes.
Como não podia deixar de ser, pelo dia e hora, estava parada. Então eu pensei com meus botões: a Ponte Estaiada. É por lá que eu engano o trânsito, e único paulistano esperto, chego rapidamente em Diadema e depois na Imigrantes.
Ah, o preço da esperteza. A ponte e a Avenida Roberto Marinho me receberam de braços abertos para me jogar num inferno tão ruim quanto a Bandeirantes.
Só que no final da avenida o quadro piorou. Eu achava que não dava, mas deu.
Ficou pior e foi piorando caminho a fora, inclusive dentro de Diadema, até chegar na Imigrantes, mais de hora e meia depois da minha saída.
Quem é esperto pede a Deus que o mate e ao diabo que o carregue. Tive oportunidade de mudar o percurso, de seguir pelo Jabaquara, mas, não. O segredo do sucesso era Diadema. Deu no que deu. E eu aprendi.
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