Um seminário especial
Há vinte anos, entre novembro e dezembro, acontece um dos mais extraordinários eventos culturais do país. É um seminário pequeno, onde algumas das melhores cabeças da nação se reúnem durante um fim de semana para debaterem um tema específico. Este ano o tema foi a violência. E o seminário quem sabe tenha alcançado seu nível mais alto.
Começando pelo começo, o que é a violência? Como a violência se manifesta ao longo da história? Será que a violência é uma ação exclusivamente humana? Como combater os diferentes tipos de violência? A partir daí, o seminário se aprofundou em debates sobre as causas, os meios e as consequências da violência em suas diferentes formas, a começar pela violência do Estado para terminar na violência da fome, percorrendo um longo caminho entre o começo e seu fim.
Com a participação de nomes importantes das Universidades, das Academias de Letras, do Judiciário, da medicina, das comunicações e outros setores relevantes para a vida nacional, o tema foi submetido a análises sob diferentes aproximações para, no final, ficar claro que o fenômeno da violência, em suas múltiplas facetas, apesar de inerente ao ser humano, precisa ser enfrentado de maneira a impedir sua propagação, ou melhor, os seus desdobramentos, invariavelmente capazes de gerar danos e prejuízos inimagináveis a milhões de pessoas.
Apesar da violência não ser monopólio do ser humano – ela está presente nas manifestações da natureza e no cotidiano do mundo animal – entre os seres humanos ela alcança graus de crueldade impressionantes, seja pela ação ou pela omissão, de um, de um grupo ou do Estado.
O seminário conseguiu entregar as respostas para esses problemas? Não, nem era sua proposta. Mas ele desnudou o tema e mostrou a relevância de combater a violência para minimizar suas consequências.
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