O terror se abate pela cidade

Não há mais como negar, eles chegaram. Chegaram de forma sorrateira. Não vieram em bandos zumbidores, como acontecia no passado. Não, entraram em cena aos poucos… um aqui, outro ali, um zumbido fora de hora, uma picada inesperada. O fato é que estão aqui e seu número aumenta diariamente.

Parece que não há plano B. Estamos mais ou menos que nem os exércitos da Ucrania que, sem a ajuda do Ocidente, já teriam sido esmagados pelos russos. Tentamos lutar, mas a sensação de impotência acaba se impondo.

A solução são as raquetinhas de choque que, bem usadas, fazem um estrago nas linhas inimigas. Mas, mesmo elas, como dependem da força humana, nem sempre são capazes de dar conta de todos e, se sobra um, é ele que vai zumbir no seu ouvido justamente quando você acha que vai dormir. 

Com o calor e a chuva ajudando, eles devem proliferar, se multiplicar exponencialmente, tomar a cidade de assalto, se bobear, voando até o nono andar dos prédios de apartamentos, para aumentarem suas reservas de sangue fresco.

Como acontece todos os anos, eles devem vencer. Por mais que todo mundo faça força, não vai dar. Os pernilongos devem vencer, mais uma vez.

O ambiente é favorável a eles, as mudanças climáticas são favoráveis a eles, a falta de cuidado, o desleixo, o lixo acumulado e a água empoçada são favoráveis a eles.   

Além disso, os mosquitos aprenderam a trabalhar em bandos mistos. Com diferentes espécies se ajudando, no objetivo maior de chupar o máximo de sangue no mínimo de tempo, eles têm alcançado marcas expressivas que podem fazer deste ano o melhor depois da pandemia.

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