É muito lixo
Para quem acha que não é bem assim, uma única concessionária de rodovias retira dos acostamentos algumas toneladas de lixo por dia e esse número cresce vertiginosamente nos feriados prolongados e nas férias.
Quem nunca viu o carro da frente abrir a janela e jogar na rua de um coco a um maço de cigarros vazio? Não tem problema, depois a prefeitura vem e limpa.
É a mesma certeza que levou uma senhora a dizer para seu neto que não tinha problema ele urinar no chão do banheiro da Santa Casa, depois a mulher da limpeza vinha e limpava.
A pergunta que fica é se fazem isso nas próprias casas e a resposta é, muito provavelmente: fazem. E aí não tem jeito. Quem não respeita a sala da própria casa com certeza não vai respeitar mais nada.
Eu tenho uma amiga que viaja muito de ônibus que garante que o banheiro público das mulheres é mais sujo que o dos homens. E a regra vale para baladas e bares também.
Pode ser, eu não frequento os banheiros femininos. Mas, em defesa de aeroportos e postos de gasolina, tenho que reconhecer que, nos últimos anos, eles melhoraram muito o padrão de higiene.
Quem acha que o lixo jogado em qualquer lugar é lixo pequeno, no máximo um coco, está redondamente enganado. É comum, ao limparem os rios que cortam São Paulo, encontrarem de automóveis a sofás jogados em seu leito.
Mas não precisa tanto. Cada pedaço de papel, cada bituca de cigarro jogada na rua segue na rota de uma boca de lobo e, somada com milhares de outras, entope o bueiro e ajuda a empoçar a água.
É verdade, as tempestades são catastróficas e não tem o que fazer contra elas. Mas um pouco de respeito com a cidade com certeza ajuda.
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