Aqui e lá – é diferente

Num domingo, de manhã, assisti o jogo entre Manchester City e Manchester United e, de noite, São Paulo e Palmeiras. A diferença entre as duas partidas foi tão grande que cheguei a pensar que se tratava de dois esportes diferentes, que tinham o mesmo nome por conta dos idiomas ou, melhor ainda, como acontece nos Estados Unidos, onde futebol é o futebol americano e Soccer é o futebol que o resto do mundo joga. 

Entre as duas partidas havia muito pouca coisa em comum, além do número de atletas em cada time, a bola ser redonda e as linhas do campo. No resto, com certeza não era a mesma coisa. E o duro é que, enquanto lá o jogo era bonito, corrido, limpo, sem faltas, sem teatro e bem disputado, aqui a cena era completamente diferente.

Para dar uma ideia da diferença, aqui, nos primeiros sete minutos de jogo, haviam sido cometidas oito faltas. Lá, no primeiro tempo inteiro aconteceram três faltas.

Três faltas que o juiz marcou, mas o jogo não parou, Os jogadores queriam jogo. Se caíam, se levantavam rapidamente, num contraste muito triste com a realidade nacional, onde um leve toque do braço no peito faz o jogador se jogar no chão, se contorcendo como se tivesse sido picado por uma mamba negra, com a mão no rosto, dando a entender que tinha levado uma porrada daquelas de arrancar dentes. 

Lá, o jogo corria; aqui, parava a cada cinco minutos por conta da encenação sem cabimento em cima do altíssimo número de faltas, somadas às reclamações com o árbitro, que podem ser bem violentas porque ninguém é punido.  

Enfim, a diferença entre os dois jogos me deixou triste. Ela mostrou claramente porque estamos em sexto lugar na classificação para a Copa do Mundo e mais ninguém leva a seleção brasileira a sério.

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