A Catedral é a cara de São Paulo
[Crônica de 9 de maio de 2014]
Uma das vantagens da imprevisibilidade do trânsito paulistano é que, às vezes, raramente, você chega antes da hora e aí sobra tempo para fazer outras coisas.
Foi o que aconteceu alguns dias atrás, quando cheguei cedo para trabalhar no Tribunal de Justiça de São Paulo. Advogado tem destas coisas. A rotina nunca é rotina, exceto no que diz respeito ao local. Você vai ao Tribunal de Justiça, ao Fórum, parece que o trabalho é o mesmo, mas cada processo é único e deve ser tratado com todo o carinho e profissionalismo. Por isso, não existem dois processos iguais, existem ações semelhantes.
Mas, no caso, o que vale é que cheguei antes da hora e isso me deu tempo de ir até a Catedral da Sé.
Se alguma igreja no mundo é o retrato da cidade onde está instalada e do povo que a serve, esta é a Catedral da Sé de São Paulo.
Ela é uma enorme bagunça de estilos, peças, altares e imagens das mais diversas origens, com toques modernistas dentro de uma enorme estrutura gótica, mas com cúpula, como algumas catedrais italianas.
A diferença entre a Catedral de São Paulo e as naves italianas é que elas foram construídas na época do gótico, enquanto a catedral paulistana foi erguida em pleno século 20, ou seja, mil anos depois do auge do estilo.
É isso que faz da Catedral o retrato da cidade. São Paulo é a imensa mistura de todos os estilos, trazidos por gente de todas as partes do mundo. Ocidente oriente, norte, sul, todos os cantos do planeta se encontram aqui.
Assim, nada mais lógico do que a Catedral mostrar isso nas suas pedras e na sua decoração. Por isso ela acaba sendo bela e com certeza vale a visita.
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