O São Paulo é um time pequeno
Eu deixei passar um certo tempo porque o assunto é delicado. A desclassificação do São Paulo frente ao Novo Horizontino expôs a ferida em toda a sua dramaticidade e ela é complexa. A verdade é que faz tempo que o São Paulo, apesar de ser um time grande, joga como um time pequeno.
A invenção foi de Fernando Diniz, o aclamado técnico do Fluminense que colocou a seleção brasileira num inédito, mas merecido sexto lugar na chave de classificação para o Mundial.
O São Paulo joga para trás. Eu já escrevi sobre isso. A solução fere o princípio básico que move o futebol. O objetivo do futebol é marcar mais gols no adversário do que o adversário marca em você. Para isso, é preciso atacar, chutar, vencer o goleiro e converter o chute em gol.
Ora, como o São Paulo joga para trás, não tem como chegar no gol adversário e muito menos chutar a gol. Aliás, o São Paulo soma as duas contradições com enorme sucesso. Tanto que, mais uma vez, ele acabou desclassificado, jogando como um timinho de quinta divisão e não como um dos grandes do futebol paulista.
O São Paulo não deixa a bola ir para o ataque e, quando vai, recua para recomeçar tudo de novo, até perder a bola e o adversário atacar com perigo, chutando a gol. Não é por outra razão que o excelente goleiro Rafael aparece com tanta frequência: ele salva o São Paulo de goleadas humilhantes.
Além de Rafael, o time tem poucos bons jogadores: Arboleda, Lucas, Calleri, Luciano (quando está inspirado) e Ferreirinha. O mais vai tudo no embrulho e o embrulho faz os são-paulinos ficarem tristes.
Do jeito que vai, não tem santo que ajude. Só fé é pouco para dar um jeito num time que joga como time pequeno. O duro é que eu sou são paulino.
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