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São Paulo mente a idade

São Paulo comemorou 471 anos de idade no dia 25 de janeiro passado. Só que a idade correta da cidade não é essa. Se a base fosse sua elevação à categoria de vila, ela aconteceu em 1560. Portanto, a cidade seria um pouco mais moça. Mas se a idade é a apontada pela história, então São Paulo retorna a 1532, quando Martim Afonso de Souza sobe a Serra do Mar, em companhia de João Ramalho, genro de Tibiriçá, um dos três caciques que comandavam os indígenas da região.

Do outro lado da Serra de Paranapiacaba, Martim Afonso se depara com o Planalto de Piratininga, extensa área cortada por rios e com campos férteis, onde ele funda uma vila, com Pelourinho e eleição para o Concelho, para proteger São Vicente de um eventual ataque espanhol, vindo pelo caminho do Peabiru.

Não se sabe exatamente a localização dessa primeira vila que, por conta dos poucos europeus que habitavam a região, em poucos anos se une a Santo André da Borda do Campo, levando seu Pelourinho e elevando o status da quase taba comandada por João Ramalho.

Em 1553, o padre Leonardo Nunes, conhecido por Abaré-bebê, o padre voador, sobe a serra com treze outros jesuítas e se instala em Santo André da Borda do Campo, onde erguem um pequeno colégio. Em função de seu tamanho acanhado e poucas chances de defesa, os padres erguem, numa colina próxima, cercada por três rios, um novo prédio para sediar o colégio, instalado numa posição muito mais segura.

Em 25 de janeiro de 1554, aconteceu a missa de consagração do Colégio de São Paulo de Piratininga, rezada pelo Padre Manuel de Paiva e não por Anchieta, então um Irmão e não um Padre. Por que essa data foi adotada como a fundação de São Paulo? Como dizia o poeta Paulo Bomfim, foi uma data intermediária, no movimento da consolidação da Vila. 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.