As férias acabaram
As férias acabaram. É triste, mas as férias acabaram. O caos está se preparando para entrar com tudo na rotina da cidade. Como dizia um professor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco: “O caos é apenas uma ordem que não nos convém.” Mas será que ele convém a outro? Será que alguém leva vantagem com a cidade parada, travada pelos excessos de todos os tipos que seguem os meses de férias?
A resposta não é tão difícil. Tem gente que leva vantagem. Com certeza, os donos dos postos de combustível ganham mais, afinal, com o trânsito se arrastando, com os enormes engarrafamentos, o consumo de combustível aumenta, obrigando a reabastecer com mais frequência.
Os ambulantes que vendem de tudo nas Marginais e grandes avenidas da cidade também agradecem ao caos, afinal, graças a ele vendem mais, conseguem otimizar o negócio, se tornam empreendedores bem-sucedidos, ajudando a propaganda do governo.
Outro grupo que com certeza fica contente com a chegada do caos é o composto pelos mais diferentes tipos de assaltantes, de trombadinhas a especialistas em roubos residenciais e outras ações mais complexas.
O retrato mais forte desse grupo é o ladrão de celular, que fica na rua esperando a vítima e ataca quando percebe alguém desatento dentro do carro, com o celular dando mole. É uma pedrada no vidro, o braço entrando rápido na cabine e a fuga quase imediata com o aparelho na mão.
Não há muito a ser feito. Com os milhões de carros que circulam pela cidade, não tem como as ruas não congestionarem. Tem mais carro do que rua e, ainda por cima, parte dos motoristas não está nem aí com o próximo. Ele fazendo o que quer, está tudo bem. Como marronzinho é produto em falta, fica como está, ou seja, tenha certeza: vai piorar.
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